quinta-feira, 15 de março de 2012

In The End - Cap. 01: Me conheces?

   Acho que já estava na hora, não é? Não posso deixar para mais tarde. O quê? Me desabafar. Desabafar o quê? Tudo o que guardei durante minha vida inteira. Não venham me dizer que pareço uma louca ou que isso seja um absurdo, porque você não estava na minha pele para saber exatamente o que passei.
   Meu nome? Ah sim, ainda nem me apresentei! Que desastrada eu sou... Bom, meu nome é Saori Schneider - podem rir, eu deixo - minha família era bem tradicional e tinha o péssimo hábito de nomear os bebês conforme a letra de seus sobrenomes, eis o motivo de eu ter este nome tão escroto, Saori! Acho isso ridículo.
   Sou uma garota comum, de família comum, de problemas comuns... Minha vida é comum!
   Nasci no dia um de setembro de mil novecentos e noventa e quatro, com vários fios de cabelos preto. O orgulho da família Schneider! Dois quilos e trezentas gramas, papai fez a festa.
   Samuel e Samanta, meus pais, minhas paixões e segurança. Os melhores seres humanos do mundo todo.
   Em meu aniversário de um ano de idade, mamãe e papai me acordaram com um forte abraço e me presentearam com um lindo vestido o qual eu teria de usar na festa de aniversário de minha prima Marrie. Decepção!
   Marrie... Marrie...
   Linda! Loira, olhos claros e muito inteligente. Ela e eu brigamos até os dez anos de idade, hoje em dia ainda não suporto estar no mesmo lugar que ela, nossa convivência é bem difícil.
   O nome de Marrie é este porque o sobrenome de seu pai é Maicharlent, o pai dela é um homem muito rico que veio da Europa, Lord Kennedy Maicharlent.
   Meus pais não tinham todo o dinheiro do mundo e muito menos eram ricos, mas o coração, honestidade e o amor deles valiam ouro.
   Aos meus doze anos de idade chegou em nossa cidadezinha pacata, a famosa tecnologia. Televisão já tinha e eu nem via graça alguma, mas com a chegada do computador, juntamente da famosa internet, os cidadães ficaram encantados e queriam logo o seu.
   Nem bem chegou essa moda por aqui e Marrie já tinha tudo o que qualquer pessoa sonhava. Não demorou muito para que meu pai comprasse um para mim também, não era importado, mas foi a realização de um sonho.
   Depois que fiz uma conta no HOTMAIL - com isso, podemos mandar mensagens instantâneas - para assim utilizar o MSN - windows live messenger - e também o ORKUT, ninguém mais conseguia me tirar da frente do computador, era uma briga.
   Conversas no MSN me encantavam, conheci diversas pessoas, de diversas cidades e estados, mas apenas uma mexeu comigo e com meu coração: Fernando Belouvir.
   Imagine a pessoa que você ama. Ele não é perfeito ao seus olhos? Pois é assim que eu o imaginava, perfeito.
   Começou assim uma história de amor virtual. Marcávamos encontros virtuais e pela tela do computador vivíamos os melhores momentos de nossas vidas. Um amor lindo, escondido, estranho; Como amar uma pessoa que você nunca viu ou sentiu? Isso acontecia comigo, e por mais que eu tentasse descobrir um porquê, nunca o encontrava.
   Tudo corria maravilhosamente bem até que Marrie, um certo dia, entrou em meu quarto e usou meu computador. Meu MSN estava aberto e ela roubou vários E-MAILS de amigos meus, em especial o de Fernando.
   Como descobri? Fernando! Ele disse: "- Sua prima Marrie é um doce." Pronto, um doce. Doce! Isso foi uma facada profunda em meu coração. Mais uma vez meu conto de fadas se desfaz por culpa de um simples nome: Marrie.
   Um tempo se passou, festa de dezesseis anos de Marrie. Mamãe e eu fomos convidados, os pais de Marrie queriam comemorar o meu aniversário juntamente do dela, eu odiava ter nascido no mesmo dia que Marrie.
   Mas que droga! Parece que minha vida gira em torno de Marrie.
   Meu pai estava no hospital e, por este motivo, mamãe e eu não comparecemos a festa de Marrie.