Assim que amanhece, mamãe vai até meu quarto.- Filha, mamãe tem duas importantes coisas para conversar com você. Primeiro quero falar contigo sobre a Marrie.
- Nada a declarar.
- Saori...
- Ela está mesmo grávida, não é?
Balançou a cabeça, um sim. Respirei fundo para conter as lágrimas.
- Acabou mamãe, Fernando e eu.
- Conversei com Marrie hoje.
- E?
- Fernando foi embora hoje de manhã com a roupa do corpo e sequer deixou recado.
Abaixei a cabeça e comecei a chorar.
- Você o ama ainda?
- Mas que pergunta mamãe... Fernando Belouvir sempre será meu primeiro e único amor.
Mamãe me abraçou e choramos juntas.
- O que mais você queria falar, mamãe?
- Converso contigo depois.
- Não mamãe, agora.
- Filha, mamãe se casará novamente.
- Como é que é? Mas e papai?
- Seu pai morreu já faz um tempo, não acha que já está na hora de sua mãe tentar ser feliz novamente?
- Não, seu único homem tem de ser papai, para sempre.
- Saori, seu pai morreu, aceite isso!
- Você o amava, onde está todo o amor?! - gritei, agora chorando ainda mais.
Levantei-me, furiosa e sai correndo em direção à rua, avistando uma luz ao longe.
⋆⋆⋆
- O-onde estou?
- Filha!
- Mamãe, onde estou?
- Está no hospital meu amor.
- O que houve?
- Fique calma, foi tudo muito rápido, você foi atropelada por um carro.
- Não sinto minhas pernas, mamãe, socorro!
- Saori, acalme-se. - gritava mamãe, em meio a lágrimas.
- Minhas pernas, mamãe, minhas pernas! - chorava e gritava.
⋆⋆⋆
Agora termino meu desabafo, minha dor se encerra aqui. Estou neste quarto de hospital, nesta cama, recém enfaixada e paralítica. Posso dizer que agora sinto que irei me encontrar com a pessoa que me amou de verdade. Nestes papéis deixo marcada minha história, agora estou partindo para junto de meu amor: Estou indo para os braços de meu querido pai.