Shadow Cat- Capítulo 06

- Se para matar Shadow Cat eu preciso machucar o meu coração, então não temerei. Nada pode me separar do meu ódio, ou não me chamo Destruidor.

   Dias depois...
   Priscilla acorda e ao se levantar vai para a janela olhar o céu. Seus dias estavam sendo perfeitos. Yago e ela estavam vivendo uma linda história de amor, algo que acontecia apenas em novela. Tudo parecia um sonho, o qual ela não queria acordar. Porém, sentia uma estranha dor no coração, como se algo inesperável poderia acontecer naquele momento. Levou a mão destra até seu peito.
   - Nem acredito que minha vida mudou tanto em tão pouco tempo, tudo isso graças a Yago!
   Ela tomou um banho, colocou sua melhor roupa e desceu as escadas, indo para a cozinha tomar café da manhã. Enquanto comia, assistia televisão junto de seu pai. No noticiário, falava-se do Destruidor que atacava furiosamente a cidade e gritava: "Shadow Cat!". Priscilla entrou em desespero na mesma hora, correu para seu quarto, vestiu sua super roupa e foi em busca do Destruidor, ela desejava acabar com aquele ser hoje mesmo. Não demorou para chegar até o local. Ao vê-la, Destruidor gritou:
   - Finalmente você apareceu, Shadow Cat! Pensei que abandonaria sua cidade.
   - Posso não ser uma boa heroína como você imaginava, Destruidor. Mas tenho a certeza de que você não é um dos melhores vilões que já vi.
   - Rá! Não quero ser um vilão, Shadow. Quero apenas ser o que você é.
   - O que... Eu sou?
   - Sim. A garota do primeiro ano do ensino médio que pensava que sua vida era um caos antes de ganhar Shadow Cat. Mal sabia ela que maior do que uma simples popularidade ou amigos, é ter uma família, um lar. Aliás, você tem pais maravilhosos, que te amam e são capazes de fazer tudo por você. Não jogue tudo isto no lixo apenas para salvar pessoas que nunca souberam de sua existência.
   - Como sabe tanto da minha vida? Quem é você?
   - Quem sou eu? A pessoa que desejaria ter nascido em seu lugar. Você pensa que só porquê não é rodeada de amigos, é triste? Pois não, você não sabe o que é sofrer, Shadow Cat. Você não passou seu nascimento em uma clínica de pesquisas, cercada de cientistas abusando de seu corpo infantil para experiências. Você não sabe o que é ficar em um orfanato, com a esperança de ser adotado por uma boa família para então ser feliz, porque sua mãe não lhe quis em seu nascimento. Você definitivamente não sabe o que é sofrer, Priscilla Monteiro!
   - Chega! - gritou ela, em meio a lágrimas. - Eu não sei quem é você, mas tenho certeza de que o modo como pensa é errado. Dê uma segunda chance para a sua vida!
   - Segunda chance... Isso é algo que nenhum de nós teremos.
   Destruidor pulou em direção a Shadow, levando-a então pelos ares, caindo no lago na cidade propositalmente com a mesma. Seguia para o fundo, sem intenções de voltar para a superfície, seu plano era que os dois morressem ali, juntos. Afogados.

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   - Yago... Não sei se desta vez eu consiga escapar da morte... Eu não lhe dei ouvidos quando me disse para deixar essa história de herói de lado. Por favor, me perdoe, e nunca se esqueça que eu te amo... Yago... Yago... Meus pais... Não, eu não posso morrer!

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   As unhas de Shadow ficaram mais grossas do que o normal, ela realmente estava furiosa e sua raiva transbordava em seu olhar. Ela então fincou suas garras no peito de Destruidor, perfurando seu pulmão esquerdo, bem perto do coração. Cuspindo sangue, Destruidor a soltou, e não pensando duas vezes, Shadow nadou até a superfície, levando consigo seu inimigo, ferido. Ao chegar na margem, colocou-o em terra firme e a seguir retirou a sua máscara e a dele.
   - Yago!
   Não, ela não queria acreditar. Queria que tudo aquilo fosse um pesadelo, que ela iria acordar neste exato momento com o despertador e o beijo na testa de sua mãe pedindo-lhe que acorde, caso contrário irá perder o horário do colégio. Queria receber a ligação de Yago, ou apenas uma mensagem dizendo que a ama muito. Não... Ela sabia que mesmo que doesse muito, aquilo não iria realmente acontecer. Seu maior inimigo... Era seu maior amor.
   - Priscilla...
   Ele tentava pronunciar cada palavra bem devagar, já que a dor era mais forte do que qualquer coisa no momento. Priscilla entrou em uma sessão de choro e desespero, tentou conter o sangue, sem sucesso algum.
   - Yago! - ela gritava. - Meu amor, não fale, você irá ficar bem, eu prometo.
   - Não... Eu mereço morrer... Tentei matar nós dois... Me odeie...
   - Jamais poderia te odiar, eu te amo, Yago! Amo-te demais.
   - Não... Não pode amar... Quem te fez mal... Eu sou um... Monstro...
   - Não diga bobagens, Yago. Eu vou te salvar, eu vou!
   - Aishiteru... Priscilla...