terça-feira, 14 de maio de 2013

Paixões Erradas - 2. Pra que se entregar?

   Fiquei na praça, sentado. Não queria ir para casa, não queria comer, nada. Fiquei apenas sentado no banco da praça pensando em como tudo começou a se perder no espaço.
   - Edgar...
   Era ele, justamente ele.
   - O que você quer, Dérick?
   - Conversar, mas quero conversar mesmo, sem que você fuja ou seja violento com as palavras.
   - Conversar o quê?
   - Sobre a Isa.
   - Não quero falar sobre ela.
   - Não precisa falar, apenas me escute, tudo bem?
   Sentou-se ao meu lado esquerdo, olhando para um canto qualquer, sequer esforcei-me para observá-lo.
   - Gosto muito da Isa, tanto quanto você. Sua atitude precipitada de declaração e julgamento não foi legal.
   - Ah, então ela já encontrou um substituto Edgar, perfeito.
   - Edgar...
   Fiquei quieto, ele prosseguiu.
   - Como lhe disse, você é o anjo dela. Sem você, ela torna-se fraca, frágil, vulnerável... Não funciona! Agora ela está em casa, jogada na cama e chorando. Uma amiga que tenho de confiança está tentando consolá-la, mas como já disse, apenas você tem esse dom. É de você que a Isa precisa. Nós rompemos o que tínhamos. Ela não gostou do que fiz e entendo perfeitamente, não vou julgá-la, mas por favor, vá ajudá-la.
   - Terminou seu discurso?
   Ele me olhou, friamente. O silêncio tomou conta do local, não demorou muito e Dérick levantou-se, sem dizer uma só palavra, e foi embora.
   Comecei a refletir, coitada da Isa! Ela sempre apoiou-se em mim para tudo e já ficou bem claro que ela não disse para o Dérick falar nada pra mim. O melhor é ir desculpar-se com ela, e foi isso mesmo que fui fazer.
   Bati na porta da casa dela, uma garota de cabelos azuis e olhos vermelhos, toda vestida de rosa, atendeu a porta:
   - Sim!?
   - Como está a Isa?
   - Edgar?
   - Sim, o próprio.
   - Entre, ela está no quarto.
   Dirigi-me em direção ao quarto, abri a porta e quem encontrei? Dérick! Que garoto chato...
   - Fique à vontade. - ele me disse.
   - Isa! - nem dei ouvidos as palavras dele, minha preocupação era com a minha garota favorita.
   Ela me olhou, com aqueles olhos castanhos todos vermelhos ao redor de tanto chorar, aquilo realmente me deixou com muita compaixão.
   - Ed. - pulou da cama, abraçando-me. - Por favor, não faça mais isso!
   Dérick saiu do quarto no momento em que retribui o abraço de Isa. Ah, fiquei com uma imensa vontade de chorar ao vê-la tão desesperada daquela maneira, mas segurei-me o máximo que consegui, não iria fazer bem para ela mais uma pessoa chorando.
   - Perdoe-me, Isa.
   - Edgar, tudo bem. A última coisa que poderia pedir é o seu perdão. Só posso te pedir uma coisa: Não fique longe de mim, por favor.
   - Está bem, Isa. Te prometo que sempre estarei ao seu lado, haja o que houver.
   Ficamos mais de uma hora juntos, abraçados. Parecia um sonho. O tempo correu tão rapidamente... É realmente verdade quando dizem que sonhos acabam rápido demais, porque o meu não foi uma excessão.
   - Isa...
   A garota de cabelos azuis entrou, Isa soltou-me e sentou na cama, eu continuei de pé.
   - Aconteceu algo, Botan?
   - Na verdade é apenas seu vizinho, Alphonse. Ele pediu para perguntar se o irmão dele está aqui.
   E o meu irmão mais velho foi o destruidor do meu contos de fada.
   - É o meu irmão. - disse. - Por favor, diga a ele que já estou indo, moça.
   - Botan Minamino.
   - Ah, claro.
   Um nome estranho para uma garota mais estranha ainda, muito tentador.
   - É melhor você ir, Edgar. Conhecemos bem o Al, logo ele começa com suas encrenquices, mania de irmão mais velho.
   - Estou bem ciente disso. Conversaremos amanhã então, correto? Vida normal, recomece!
   - Só tem uma coisinha que vai mudar um pouco, Ed...
   - E o que seria?