terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Guerra dos Chamados II - Cap. 08: Pessoa Nova na Mansão Clodovil

Junior e John chegam em casa, encontram Kritos sentando no sofá, mas nenhum sinal de Isabel. John, vendo o desapontamento do garoto, tenta o acalmar:
   - Não se preocupe, sua mãe deve ter saído e já está chegando. O que acha de ir tomar um banho? Assim, quando ela chegar, você pode dar um abraço bem gostoso nela.
   Ele obedece, mas antes que perdesse seu pai de vista, disse:
   - Te amo, papai.
   Assim dizendo, desapareceu das escadas, correndo em direção ao banheiro. Kritos olhou para John, que já esperava pela pergunta dele:
   - Onde está Angel?
   - Não sei, mas espero que ela apareça logo, trouxe o Junior para casa.
   - É, eu percebi. Mas ele não estava morto?
   - Estava... Kritos, eu não consigo entender mais nada. Depois verei o que realmente está acontecendo, neste momento, apenas preciso de Angel aqui.
   - Você gosta demais deste menino, não é?
   - É... Ele é o filho que nunca poderei ter, gosto demais desse garoto e o protegerei de tudo o que vier ao meu alcance, se preciso, morrerei pela felicidade dele.

⋆⋆⋆

   Toxic chega em casa todo encharcado, a chuva lá fora estava realmente forte, parecia até mesmo uma tempestade. A mansão estava em completo silêncio, sinal que Clodovil dormia, então resolveu espionar a sala de tortura para tentar quebrar o tédio. Ao entrar, a primeira coisa que ele notou foi algumas gotas de lágrimas que estavam no chão, e bem perto destas, haviam alguns fios de cabelo castanhos claros. Tocou com o dedo indicador a lágrima que ainda estava fresca, cheirou e depois levou até os lábios para sentir o gosto. Pegou um dos fios, examinando-os, farejando novamente. Não poderia ser de mais ninguém, ao não ser da única pessoa que ele tinha em mente...
   - Isabel!
   Cheio de ódio e rancor, partiu em direção ao quarto de Clodovil, abrindo a porta violentamente ao mesmo tempo que gritava:
   - O que você fez com a minha elfa, Clodovil?
   Assustado com o repentino ato, Clodovil pulou da cama.
   - Não fiz nada com a "sua elfa".
   - Como me explica então os fios de cabelo dela em sua sala de tortura? Não minta pra mim...
   - Mexendo nas minhas coisas, Johnny Willy? Não creio que já está neste nível. Pois bem, eu não fiz nada para ela, sua elfa quem veio me procurar.
   - Clodovil...
   Antes que pudesse acertar um golpe na face de Clodovil, a campainha toca, fazendo então Toxic recuar. Ele desceu as escadas rapidamente para atender e Clodovil veio logo atrás.
   - Sim?
   - Boa noite, senhor. Desculpe-me o incomodo, é que preciso de ajuda. Está chovendo muito forte, estou encharcada, com frio e não tenho lugar para passar a noite. Gostaria de saber se posso ficar por aqui.
   - Claro querida, entre! - respondeu Clodovil.
   - Clodovil, ainda não terminamos a nossa conversa, sabia? - diz Toxic, ironicamente.
   - Conversaremos depois. - Clodovil se dirige a garota, fazendo-a entrar. - Agora sente-se aqui querida. - apontou para o sofá. - Irei pegar uma toalha para você se secar, e então poderemos conversar sobre vo... - antes que terminasse a frase, Toxic o pegou pela gola da camisa, encarando-o então face a face.
   - Depois coisíssima nenhuma, vai me dizer agora, Clodovil. O que fez com a minha elfa? - gritou Toxic.
   - Você está sendo muito grosso, Johnny. E está assustando a moça.
   - Dane-se a moça, vamos logo, diga Clodovil, desembucha!
   - Não fiz absolutamente nada, já disse que foi ela quem me procurou para fazer um trato com o demônio, mas eu não tenho nada haver com isso! Foi ela quem deu a própria vida em troca ao do filhinho insignificante de vocês. Satisfeito?
   - Ele não é meu filho. - soltou a gola da camisa de Clodovil. - Nunca tive, e não é agora que vou ter.
   Toxic foi para o quarto, Clodovil abriu um sínico sorriso ao canto da boca e logo se dirigiu para a moça.
   - Me desculpe, mocinha. Meu amigo Toxic está com um pouco de dor de cabeça, como pode notar.
   A seguir, foi pegar uma toalha e não demorou para trazer até a moça. Então sentou-se no sofá de frente ao qual ela estava, olhando-a atentamente.
   - Qual é o seu nome, meu docinho?
   - Sou Lilian Fernandes Garcia, mas pode me chamar apenas de Lia. Tenho vinte e um anos.
   - Ah sim, e como veio parar em minha residência?
   - O namorado de minha mãe a matou e agora não sei o que fazer, estou correndo risco de morte! Tenho medo de continuar morando na minha própria casa.
   - Não se preocupe, minha querida. Quanto a isso, pode ficar em minha humilde mansão o tempo que precisar. Minha casa, é sua casa agora. Rá! Agora deixe-me mostrar seu quarto para que descanse, irá adorar!

⋆⋆⋆

   John estava sentado no sofá lendo jornal enquanto Kritos entrava no quarto de Junior, conferindo se o garoto estava realmente dormindo. Logo, desceu as escadas e comentou com John:
   - Junior dormiu. Ele realmente é um belo garoto, muito educado.
   - Belo e encantador... Igual a mãe.
   - Não sei se é apenas impressão minha, mas... Parece que durante estes cinco anos juntos, você acabou se apaixonando pela Angel.
   - Não, Kritos, imagina! Eu teria diversos motivos para me apaixonar por ela, mas não. Angel é apenas minha grande e boa amiga, e nunca passará disto. Falando nela... Estou preocupado, ela não costuma desaparecer por tantas horas assim.
   - Também estou preocupado, mas tenho certeza que ela deve estar com Toxic, e se bobeiar, chegarão juntos.