segunda-feira, 12 de março de 2012

As Lendas de Uma Nova Era- Capítulo 04

   Flora caminhava pelo bosque, olhando a terra seca por conta do sol quente do verão. Estava pensativa, tentava imaginar o que suas melhores amigas poderiam estar escondendo dela e o porquê de estarem escondendo.
   - Sempre nervosinha, Flora!
   Aphonso! Sempre Aphonso. Será que este garoto não faz nada da vida? Flora sentia seu sangue ferver cada vez que o via. Respirou profundamente e, fingindo que nem o viu, prosseguiu com sua caminhada psicológica.
   - Não vai mesmo falar comigo?
   - Eu não falo com ladrões de livros.
   - Já disse que não roubei seu livro.
   - Então ele desapareceu em um passe de mágica!
   - Você está brava e quer descontar em mim, que droga. Vamos Flora, diga logo o que aconteceu.
   - O que aconteceu? Não te interessa.
   - Tudo o que envolve você me interessa.
   - Você não é o centro do mundo, Aphonso! - ela grita. - É uma criança que esqueceu de crescer e acha que é um adulto, chega! Me deixe em paz, está bem?
   Andou bem rápido, na tentativa de livrar-se dele.
   - Sou apenas quatro anos mais novo do que você!
   - Tchau, Aphonso.

   Quando Flora chegou na porta de sua casa já era tarde da noite, Flora olhou para o chão, fitando então um pequeno pedaço de papel. Ergueu uma das sobrancelhas, mas não demorou em pegar o papel do chão e ler: "Os lobos... Mascartti."
   - Não pode ser!
   Flora guarda o papel rapidamente no bolso e corre até a casa de N°3. Ao chegar, tocou a campainha desesperadamente, olhando diversas vezes para os lados, nervosa. Mulan, uma japonesa de olhos castanhos, cabelos pretos escorridos, magra e com uma personalidade forte, atende a porta:
   - Senhora Mulan, a N°3 está?
   - Ela está em seus aposentos, Flora. Já está tarde e ela está de castigo.
   - Mas... É um assunto muito importante!
   - Se veio trazer notícias daquele garoto impertinente chamado Isack, você pode esquecer a amizade de minha filha.
   - Não é nada sobre ele!
   - Desculpe, Flora.
   Fechou a porta na cara de Flora, que respirou profundamente tentando manter a calma. Ela saiu então rua afora, pensando no que iria fazer até que foi pega de surpresa, como de costume.
   - Flora!
   Era Nº3, Flora então ficou sem entender... Ela não estava de castigo? Como foi parar ali?
   - Desculpe, Flora... Minha mãe está nervosa comigo, ela me disse que Isack não é homem pra mim e proibiu-me de sair desde que descobriu que fui à casa dos Mascartti...
   - Hyoko! - interrompeu Flora. - É exatamente sobre os Mascartti que quero conversar com você.
   - Vamos então para a praça, neste horário não deve ter ninguém por lá.

⋆⋆⋆

   - Esfinge!
   - Sim, meu senhor?
   - Traga-me as duas garotinhas perdidas no banco da praça.
   - Claro que sim.

⋆⋆⋆

   - Então é isso, o livro foi roubado, tudo o que estava nele é certamente real e não tenho mais dúvidas que os Mascartti sejam lobisomens.
   Olhando para o pedaço de papel onde estava escrito a mensagem que Flora havia lido mais cedo, Nº3 desacreditava.
   - E se for alguém brincando com a sua cara? Aphonso, por exemplo.
   - Ele não seria tão inteligente.
   - Você o subestima demais. - N°3 ficou aflita. - Flora... Se isto tudo for mesmo real, como o livro termina?
   - Não consegui terminar de ler.
   Neste instante, algo sufocou as duas ao mesmo tempo, não dando tempo de sequer elas gritarem ou reagir.

⋆⋆⋆

   - Hum... Hum... - Flora abriu os olhos, meio tonta. Olhou para seu corpo ao tentar se mexer e não conseguir e percebeu que N°3 e ela estavam amarradas em um tronco de uma grande árvore, Nº3 estava desmaiada. Ela grita.- Ah! Nº3, acorde... Ai meu Deus, o que está acontecendo? Onde estão... Ah, minha força!
   - Você está sob o efeito da poção de Witch, menina tola. - a mulher que mais parecia uma águia bateu violentamente na cabeça de Flora. - Seus super-poderes de meninas super poderosas se foram.
   - Pare com isso, Harpia! - gritou uma voz ao fundo.
   - Harpia? - Flora espantava-se com o que acabara de ouvir.
   - Que droga, Drácula! Sempre aparecendo na melhor parte do jogo para estragar tudo, que mania feia.
   - Está tudo calmo agora, Esfinge está na retaguarda.
   - Witch? Harpia? Drácula? Esfinge? Não... - a seguir, Flora gritou bem alto, chamando então a atenção de Drácula. - Não!
   - Garotinha curiosa, sabia que a curiosidade matou o gato? - Drácula ficou bem próximo de Flora, a observando.
   - Não tenho medo de você!
   - Pois deveria ter...
   - Flora, não! - grita uma voz ao longe, mas Flora não teve a oportunidade de ver quem é, pois desmaiou novamente com o forte impacto que recebeu de Drácula na cabeça.