terça-feira, 13 de março de 2012

As Lendas de Uma Nova Era- Capítulo 05

   - O-onde estou? - Flora acordou assustada, e com suas lembranças bagunçadas.
   - Agora você está bem, Flora.
   - Aphonso? Onde está a N°3, Harpia, Drácula, Esfinge... ?
   - Calma. A N°3 está dormindo no quarto aqui ao lado, Isack está com ela. Joaquim e Sansão, meu avô, já cuidaram de Harpia, Drácula e Esfinge.
   - Sansão... Nossa, não consigo me recordar de muita coisa...
   Fez-se silêncio. Flora torna a falar, incomodada com isto.
   - Já estou melhor.
   - Não, você não está. Ainda não está com seus super poderes, o antídoto que injetaram em você foi feito pela Witch e dura em torno de sete horas, não se passaram nem três.
   - Como... Como sabe que tenho super poderes? Ninguém...
   - Não seja ingênua, Flora. Você não é a única paranormal por aqui.
   - Vejo que não é tão burro quanto pensei.
   Aphonso riu. O silêncio voltou a dominar, então ele puxou assunto.
   - Se eu fizer algo aqui e agora, você me perdoaria? - ele passava as mãos nas coxas dela, mas não demorou para subi-las ainda mais, levantando então o vestido da mesma e colocando uma das mãos na virilha da mesma. - Você é tão linda!
   - Ei, Aphonso. Pare com isso! - ela segurou rapidamente a mão dele.
   - Flora, - ele ria. - eu sou mais forte que você por três vantagens. - enquanto falava ia abaixando as calças com a mão que estava livre, juntamente da cueca. - A primeira é que você está sem força por causa do efeito  da poção de Witch, a segunda é que eu sou forte como um lobo e a terceira... - aproximou os lábios até a orelha da moça e sussurrou. - Sou um vampiro.
   Neste instante, ele penetrou em Flora, sem piedade alguma. Flora gritava e chorava desesperadamente. Lance, Isack e Joaquim deixaram uma câmera no local e filmaram tudo.

⋆⋆⋆

   Lance, Isack, Joaquim e Aphonso estavam jogando conversa fora na praça tranquilamente até que Angélica e N°3 chegam furiosas, gritando com eles:
   - Ordinário! - gritava Angélica. - Aphonso, você não presta.
   - O que foi? - responde ele calmamente.
   - O que foi? - protestou N°3. - Você ainda pergunta o que foi? Aphonso, você estuprou minha amiga, abusou dela!
   - Estava mais do que na hora do Aphonso dar um trato nessa garota. - responde Joaquim, secamente.
   - Nojentos, é isso que vocês são, um nojo, os quatro! - Angélica saiu andando, com os olhos repletos de lágrimas.
   - Vermes! - após dizer isso, N°3 cospe na cara de Aphonso e sai andando atrás de Angélica, furiosa.
   Aphonso limpa o rosto, sem reação.
   - Nossa, - comentou Lance. - essas meninas andam bem estressadas.

⋆⋆⋆

   - Flora, o clube de férias do colégio é ótimo! Por que não sai um pouco deste quarto e vem curtir conosco? - Angélica faltava pular de tanto entusiasmo.
   Aphonso passava pelo corredor quando ouviu a voz de sua irmã, decidiu então encostar a orelha na porta, para poder escutar o que e com quem ela conversava. Flora, sem entusiasmo algum de sair e isolada totalmente na cama, responde para Angélica:
   - Não estou com pique para nada, Angel. Desculpe.
   - Ah, Florinha! Eu lhe trouxe aqui para se distrair um pouco, já faz mais de um mês desde o que meu irmão fez aquilo, as pessoas nem devem se lembrar mais. O clube está ótimo!
   - Um mês ou não eu não quero sair daqui, sei que o Aphonso está aqui também e com certeza está com os amiguinhos dele, ao me verem zombaram de mim.
   - Flora, responda-me com sinceridade, alguma vez você já sentiu algo pelo Aphonso?
   - Admito, eu gostei muito dele sim... Na verdade, eu não consigo apagá-lo de dentro de mim, mas toda vez que ele vem em minha mente, lembro-me do que fez comigo e sinto um ódio tremendo transbordando dentro de mim. Sinto nojo. Não saberia responder se um dia poderei perdoá-lo ou não.
   Aphonso, após escutar o suficiente para lhe abalar, saiu andando pelo corredor, pensativo.

   No fim da tarde, Flora decide sair do quarto para tomar um pouco de ar, e discretamente passava pelo corredor até que seus olhos avistaram Aphonso. Ao vê-la, Aphonso cessou seus passos, e Flora fez o mesmo. Ficaram se olhando em silêncio, em uma distância razoavelmente curta. Não suportando mais aquilo, Flora tornou a andar, desta vez com passos mais rápidos, porém ao passar por Aphonso, ele segurou em seu  braço e a puxou para si, olhando nos olhos dela a seguir.
   - Flora, me perdoe.
   Silêncio. Flora não demorou muito para respondê-lo, tentou ser o mais normal possível, mas sua voz saiu bem mais fraca do que ela imaginava.
   - Perdoar? O que você fez não tem perdão.
   No olhar de cada um, dava-se para notar as lágrimas que suplicavam em cair.
   - Eu sei que errei e estou arrependido, não mereço seu perdão, mas por favor. Flora, me perdoa!
   Antes que ela pudesse responder qualquer coisa, N°3 apareceu no corredor. Encarou Aphonso enquanto puxava Flora pela mão que estava livre.
   - Vamos comer alguma coisa, Flora. Você deve estar com fome.
   - Flora... - Aphonso não tentou impedi-la.
   No caminho para o refeitório, Flora acaba derrubando algumas lágrimas pela sua face. N°3 notou que ela não estava bem, ficando então preocupada.
   - O que ele fez para você, Flora?
   - Me pediu perdão.
   - Que cretino... E o que você disse?
   - N°3, eu disse que não seria fácil perdoá-lo. Sei que para você eu fiz o certo, mas toda essa história me machuca demais! Minha vida acabou, essa é a realidade. Perdoando ou não, sempre serei o alvo das gozações de todos.
   - Flora, não!
   Abraçaram-se. Flora chorava em meio a soluços e N°3 tentava acalmá-la, consolando sua amiga.