- O-onde estou? - Flora acordou assustada, e com suas lembranças bagunçadas.- Agora você está bem, Flora.
- Aphonso? Onde está a N°3, Harpia, Drácula, Esfinge... ?
- Calma. A N°3 está dormindo no quarto aqui ao lado, Isack está com ela. Joaquim e Sansão, meu avô, já cuidaram de Harpia, Drácula e Esfinge.
- Sansão... Nossa, não consigo me recordar de muita coisa...
Fez-se silêncio. Flora torna a falar, incomodada com isto.
- Já estou melhor.
- Não, você não está. Ainda não está com seus super poderes, o antídoto que injetaram em você foi feito pela Witch e dura em torno de sete horas, não se passaram nem três.
- Como... Como sabe que tenho super poderes? Ninguém...
- Não seja ingênua, Flora. Você não é a única paranormal por aqui.
- Vejo que não é tão burro quanto pensei.
Aphonso riu. O silêncio voltou a dominar, então ele puxou assunto.
- Se eu fizer algo aqui e agora, você me perdoaria? - ele passava as mãos nas coxas dela, mas não demorou para subi-las ainda mais, levantando então o vestido da mesma e colocando uma das mãos na virilha da mesma. - Você é tão linda!
- Ei, Aphonso. Pare com isso! - ela segurou rapidamente a mão dele.
- Flora, - ele ria. - eu sou mais forte que você por três vantagens. - enquanto falava ia abaixando as calças com a mão que estava livre, juntamente da cueca. - A primeira é que você está sem força por causa do efeito da poção de Witch, a segunda é que eu sou forte como um lobo e a terceira... - aproximou os lábios até a orelha da moça e sussurrou. - Sou um vampiro.
Neste instante, ele penetrou em Flora, sem piedade alguma. Flora gritava e chorava desesperadamente. Lance, Isack e Joaquim deixaram uma câmera no local e filmaram tudo.
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Lance, Isack, Joaquim e Aphonso estavam jogando conversa fora na praça tranquilamente até que Angélica e N°3 chegam furiosas, gritando com eles:
- Ordinário! - gritava Angélica. - Aphonso, você não presta.
- O que foi? - responde ele calmamente.
- O que foi? - protestou N°3. - Você ainda pergunta o que foi? Aphonso, você estuprou minha amiga, abusou dela!
- Estava mais do que na hora do Aphonso dar um trato nessa garota. - responde Joaquim, secamente.
- Nojentos, é isso que vocês são, um nojo, os quatro! - Angélica saiu andando, com os olhos repletos de lágrimas.
- Vermes! - após dizer isso, N°3 cospe na cara de Aphonso e sai andando atrás de Angélica, furiosa.
Aphonso limpa o rosto, sem reação.
- Nossa, - comentou Lance. - essas meninas andam bem estressadas.
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- Flora, o clube de férias do colégio é ótimo! Por que não sai um pouco deste quarto e vem curtir conosco? - Angélica faltava pular de tanto entusiasmo.
Aphonso passava pelo corredor quando ouviu a voz de sua irmã, decidiu então encostar a orelha na porta, para poder escutar o que e com quem ela conversava. Flora, sem entusiasmo algum de sair e isolada totalmente na cama, responde para Angélica:
- Não estou com pique para nada, Angel. Desculpe.
- Ah, Florinha! Eu lhe trouxe aqui para se distrair um pouco, já faz mais de um mês desde o que meu irmão fez aquilo, as pessoas nem devem se lembrar mais. O clube está ótimo!
- Um mês ou não eu não quero sair daqui, sei que o Aphonso está aqui também e com certeza está com os amiguinhos dele, ao me verem zombaram de mim.
- Flora, responda-me com sinceridade, alguma vez você já sentiu algo pelo Aphonso?
- Admito, eu gostei muito dele sim... Na verdade, eu não consigo apagá-lo de dentro de mim, mas toda vez que ele vem em minha mente, lembro-me do que fez comigo e sinto um ódio tremendo transbordando dentro de mim. Sinto nojo. Não saberia responder se um dia poderei perdoá-lo ou não.
Aphonso, após escutar o suficiente para lhe abalar, saiu andando pelo corredor, pensativo.
No fim da tarde, Flora decide sair do quarto para tomar um pouco de ar, e discretamente passava pelo corredor até que seus olhos avistaram Aphonso. Ao vê-la, Aphonso cessou seus passos, e Flora fez o mesmo. Ficaram se olhando em silêncio, em uma distância razoavelmente curta. Não suportando mais aquilo, Flora tornou a andar, desta vez com passos mais rápidos, porém ao passar por Aphonso, ele segurou em seu braço e a puxou para si, olhando nos olhos dela a seguir.
- Flora, me perdoe.
Silêncio. Flora não demorou muito para respondê-lo, tentou ser o mais normal possível, mas sua voz saiu bem mais fraca do que ela imaginava.
- Perdoar? O que você fez não tem perdão.
No olhar de cada um, dava-se para notar as lágrimas que suplicavam em cair.
- Eu sei que errei e estou arrependido, não mereço seu perdão, mas por favor. Flora, me perdoa!
Antes que ela pudesse responder qualquer coisa, N°3 apareceu no corredor. Encarou Aphonso enquanto puxava Flora pela mão que estava livre.
- Vamos comer alguma coisa, Flora. Você deve estar com fome.
- Flora... - Aphonso não tentou impedi-la.
No caminho para o refeitório, Flora acaba derrubando algumas lágrimas pela sua face. N°3 notou que ela não estava bem, ficando então preocupada.
- O que ele fez para você, Flora?
- Me pediu perdão.
- Que cretino... E o que você disse?
- N°3, eu disse que não seria fácil perdoá-lo. Sei que para você eu fiz o certo, mas toda essa história me machuca demais! Minha vida acabou, essa é a realidade. Perdoando ou não, sempre serei o alvo das gozações de todos.
- Flora, não!
Abraçaram-se. Flora chorava em meio a soluços e N°3 tentava acalmá-la, consolando sua amiga.