terça-feira, 13 de março de 2012

As Lendas de Uma Nova Era- Capítulo 06

   Dois meses depois, a escola anunciou um baile de máscaras para comemorar a entrada da primavera, este que foi aberto para a cidade inteira participar. As fantasias não podiam se repetir, portanto as pessoas que quisessem participar, teriam de se inscrever.
   O dia mais esperado chegou, todos na festa estavam irreconhecíveis. As músicas eletrônicas formavam ritmo sincronizado juntamente com as luzes dos holofotes, todos dançavam sem parar.
   Uma música romântica começou a tocar então as pessoas foram procurando seus pares para dançar. Chuck, o boneco assassino, convidou uma Sereia que brincava com um Bobo da Corte para a pista, ela aceitou.
   Enquanto dançavam, a Sereia puxou assunto:
   - Qual o seu nome?
   - Chuck, o boneco assassino.
   - Acho que não fui clara, quis dizer o nome da pessoa que se esconde por trás desta máscara.
   - Se a Sereia retirar esta máscara eu retiro a minha.
   - Quem me garante?
   - Você vai ter que confiar em mim.
   Havia uma Fada perto deles, que havia bebido demais por sinal, e que acabou tropeçando enquanto dançava, esbarrando assim no Chuck e na Sereia que quase caíram. As máscaras de ambos caíram, ao se olharem, se espantaram.
   - Aphonso?
   - Flora?
   Os dois abaixaram a cabeça, olhando para um lado qualquer. Flora respirou profundamente, apoiou as mãos nos ombros dele, aproximou seus lábios a orelha direita do mesmo e com uma doce voz suave disse:
   - Eu lhe dou o meu perdão.
   Aphonso abriu um sorriso tão largo que mal coube em seu rosto, então a abraçou bem forte, emocionado. Flora apoiou a testa no ombro dele e chorou.

   Perto do baile se encerrar, Flora e Aphonso foram caminhar pelas ruas, entrando então no bosque, colocando assuntos em dia. Pararam em um pequena colina e decidiram deitar-se na grama para apreciar a lua. Flora logo adormeceu, Aphonso, quando percebeu, começou a acariciar o rosto dela, dizendo então para si mesmo:
   - Flora, por que fiz você sofrer tanto? Se eu pudesse voltar ao passado e corrigir tudo o que houve... Eu te amo...

⋆⋆⋆

   Batem na porta do castelo, um dos homens de preto atendem:
   - O que quer?
   - Sou a mensageira real das bruxas, Jenniffer. Trouxe uma mensagem de Witch para Drácula.
   - Ele estava a sua espera.
   Jenniffer, uma bruxa de cabelos castanhos e olhos azuis, entra no castelo de Drácula, logo subindo as escadas indo então em direção aos aposentos do vampiro. Após entrar, Drácula foi bem direto:
   - O que Witch me manda?
   - Ela ordenou que eu viesse aqui avisá-lo que o fim dos tempos finalmente chegou, a guerra logo iniciará. Os sete lendários terão de fazer sua escolha: matar seus aliados e os setes sobreviverem na eternidade ou iniciar uma guerra onde a espécie que vencer, será beneficiada.
   - Muito bem, mais alguma coisa?
   - Não senhor, por enquanto é apenas isso.
   Drácula voa rapidamente até ficar bem próximo de Jenniffer e antes que ela pensasse em fugir, ele já havia agarrado seus braços com força brutal ao mesmo tempo que tinha em seus lábios um sorriso mortal.
   - Por que a pressa? Fique para o jantar.

⋆⋆⋆

   Batem na porta do castelo de Drácula, um dos homens de preto atendem:
   - O que quer?
   - Sou Maria, mensageira das bruxas. Trago uma mensagem que pode ser apenas entregue para Drácula.
   - Entre, ele já foi avisado de sua chegada.
   Maria sobe as escadas e vai até os aposentos de Drácula, este que estava assentado em uma poltrona preta de couro. Ao vê-la, levantou-se.
   - O que Witch quer desta vez?
   - Ela ordena que o senhor solte Jenniffer.
   - Avise-a que esta ordem não se enquadra em meus feitos.
   - Se não soltá-la, Witch iniciará uma guerra contra seu bando.
   - Sério mesmo? Vamos lá, Witch. Você está em meu território, tem certeza?
   - É, parece que você me reconhecesse de todos os jeitos e formas, Marcos.
   - Para você ter enviado sua bruxa favorita até aqui, o assunto só poderia ser sério demais e eu tinha a certeza de que ela serviria de isca para te atrair até aqui pessoalmente. Mas admito que é uma grande surpresa ver você sozinha, sem sua guarda real, mesmo sabendo que eu a reconheceria de qualquer modo. Como te disse antes, está em meu território, irmãzinha tola.
   Witch abriu um sorriso sínico ao canto dos lábios.
   - Pensava que vampiros tinham o QI bem alto, mas vejo que me enganei. Seus vampiros nem notaram a presença de meus bruxos que estão utilizando a magia da lira para fazer seus vampiros caírem em um sono profundo.
   - Vampiros não dormem!
   - Eu sei, pensando nisto eu passei anos estudando sua espécie até que finalmente consegui criar a poção que você utilizou contra as duas garotinhas na praça. Meus bruxos infestaram este lugar com a poção e agora todo o seu reino está adormecido. Você está sozinho, Marcos.
   - Tudo isso apenas por uma bruxa, Maria?
   Drácula ria, tentando manter a calma. Bateu a mão esquerda na parede que estava atrás dele, esta que logo se virou mostrando assim Jenniffer que estava presa na parede e com um pano na boca para que não pudesse falar nada.
   - Marcos, o que fez com ela? - Witch entrou em desespero.
   - Maria, acalme-se. Ainda não lhe dei motivos grandes para ficar nervosa. Ah sim... Como pode abandonar uma criança que saiu de seu ventre, fruto de seu amor com um humano?
   - Seu sujo, Marcos... Não continue!
   - Como não? Você nem ao menos conseguiu manter distância da garota e a transformou em sua conselheira, a bruxa mais forte do mundo depois de você! Tudo isso para tentar aliviar o sentimento de culpa por tê-la deixado com uma bruxa-serva. Você tem amor materno pela Jenniffer e não queria permitir que alguém descobrisse, mas eu descobri! Olhar para Jenniffer me dá uma sede de sangue infinita... Ah sim, o pai dela tinha um sangue muito bom...
   - Foi você, Marcos! - ela gritou, perdendo o controle. - Vampiro de sangue ruim. Não acredito que você fez isso, não quero acreditar. Por quê? O que você ganhou fazendo isto tudo?
   Olhava para ele, indignada. Maria por toda sua vida admirou Marcos, até mesmo depois de terem seguido caminhos diferentes. Lágrimas começaram a cair do rosto dela, estava totalmente decepcionada. Drácula estava com um imenso sorriso no rosto, a seguir soltou Jenniffer que também chorava. Segurou ela pelo pescoço e olhou friamente para Witch.
   - Você irá morrer com seu arrependimento.
   Abocanhou o pescoço de Jenniffer, começando então a sugar seu sangue. Witch, ao ver a situação, entrou em pânico.
   - Não! - após gritar, ela pronunciou algumas palavras que fizeram seu corpo brilhar imensamente forte, neste instante, todos os subordinados e até mesmo Drácula, desapareceram.
   Era o fim da rainha das bruxas, Witch.

⋆⋆⋆

   Flora e Aphonso vão acampar em uma montanha muito conhecida como da lua, por, em noites de lua cheia, ela ficar totalmente iluminada. Montaram as barracas e a fogueira, após comer deitaram na grama para apreciar a lua, como faziam agora de costume desde que voltaram a se falar.
   - Aqui é lindo! - comentou Flora.
   - Exato. A lua é a luz natural da montanha, ela é tão clara que parece uma lâmpada acesa.
   Aphonso mexia na grama, um tanto pensativo e aflito. Flora, percebendo que ele estava estranho, se preocupou.
   - Aconteceu algo, Aphonso?
   - Não sei, Flora. - ele ficou a encarar a lua. - Estou me sentindo estranho, como se algo ruim estivesse bem perto de acontecer.
   Ela aproximou-se dele, abraçando-o então.
   - Acame-se, Poncho. Não vai acontecer nada. Outra coisa, caso acontecer algo, eu te protegerei.
   - Você, me proteger? - riu. - Quadrada.
   - Quadrada por quê? Hunf, melhor do que ser uma criança mimada.
   Riam um da cara do outro, até que seus olhos se encontraram. Aphonso inclinou para beijá-la nos lábios, mas não precisou tanto esforço, pois ela logo o beijou, subindo por cima do corpo quente dele. Após o término, ela sussurrou.
   - Eu te amo.
   - Me ama?
   - Sim, amo-te.
   Beijaram-se novamente, calorosamente. E assim aconteceu o inesperado, mas desta vez, um respeitando o outro.

⋆⋆⋆

   - Hyoko, você está bem?
   A voz de Isack era trêmula em meio a fria chuva que caía molhando assim ele e N°3 que estava no colo do mesmo, quase inconsciente.
   - Isack... Isack...
   Angélica estava atrás de Isack, em desespero.
   - O que houve com ela?
   - Conversávamos normalmente até que de repente ela desmaiou e entrou em estado de transe.
   - Isack! - Nº3 se recontorcia toda, sentindo dores profundas. - Te amo, não se esqueça disto, jamais!
   - Hyoko, fique calma, irei cuidar de você, seja lá o que for eu vou te salvar.
   - Não há o que fazer, é o fim... Os mestiços morrerão...
   - Hyoko! - ele gritou.