Dois meses depois, a escola anunciou um baile de máscaras para comemorar a entrada da primavera, este que foi aberto para a cidade inteira participar. As fantasias não podiam se repetir, portanto as pessoas que quisessem participar, teriam de se inscrever.O dia mais esperado chegou, todos na festa estavam irreconhecíveis. As músicas eletrônicas formavam ritmo sincronizado juntamente com as luzes dos holofotes, todos dançavam sem parar.
Uma música romântica começou a tocar então as pessoas foram procurando seus pares para dançar. Chuck, o boneco assassino, convidou uma Sereia que brincava com um Bobo da Corte para a pista, ela aceitou.
Enquanto dançavam, a Sereia puxou assunto:
- Qual o seu nome?
- Chuck, o boneco assassino.
- Acho que não fui clara, quis dizer o nome da pessoa que se esconde por trás desta máscara.
- Se a Sereia retirar esta máscara eu retiro a minha.
- Quem me garante?
- Você vai ter que confiar em mim.
Havia uma Fada perto deles, que havia bebido demais por sinal, e que acabou tropeçando enquanto dançava, esbarrando assim no Chuck e na Sereia que quase caíram. As máscaras de ambos caíram, ao se olharem, se espantaram.
- Aphonso?
- Flora?
Os dois abaixaram a cabeça, olhando para um lado qualquer. Flora respirou profundamente, apoiou as mãos nos ombros dele, aproximou seus lábios a orelha direita do mesmo e com uma doce voz suave disse:
- Eu lhe dou o meu perdão.
Aphonso abriu um sorriso tão largo que mal coube em seu rosto, então a abraçou bem forte, emocionado. Flora apoiou a testa no ombro dele e chorou.
Perto do baile se encerrar, Flora e Aphonso foram caminhar pelas ruas, entrando então no bosque, colocando assuntos em dia. Pararam em um pequena colina e decidiram deitar-se na grama para apreciar a lua. Flora logo adormeceu, Aphonso, quando percebeu, começou a acariciar o rosto dela, dizendo então para si mesmo:
- Flora, por que fiz você sofrer tanto? Se eu pudesse voltar ao passado e corrigir tudo o que houve... Eu te amo...
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Batem na porta do castelo, um dos homens de preto atendem:
- O que quer?
- Sou a mensageira real das bruxas, Jenniffer. Trouxe uma mensagem de Witch para Drácula.
- Ele estava a sua espera.
Jenniffer, uma bruxa de cabelos castanhos e olhos azuis, entra no castelo de Drácula, logo subindo as escadas indo então em direção aos aposentos do vampiro. Após entrar, Drácula foi bem direto:
- O que Witch me manda?
- Ela ordenou que eu viesse aqui avisá-lo que o fim dos tempos finalmente chegou, a guerra logo iniciará. Os sete lendários terão de fazer sua escolha: matar seus aliados e os setes sobreviverem na eternidade ou iniciar uma guerra onde a espécie que vencer, será beneficiada.
- Muito bem, mais alguma coisa?
- Não senhor, por enquanto é apenas isso.
Drácula voa rapidamente até ficar bem próximo de Jenniffer e antes que ela pensasse em fugir, ele já havia agarrado seus braços com força brutal ao mesmo tempo que tinha em seus lábios um sorriso mortal.
- Por que a pressa? Fique para o jantar.
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Batem na porta do castelo de Drácula, um dos homens de preto atendem:
- O que quer?
- Sou Maria, mensageira das bruxas. Trago uma mensagem que pode ser apenas entregue para Drácula.
- Entre, ele já foi avisado de sua chegada.
Maria sobe as escadas e vai até os aposentos de Drácula, este que estava assentado em uma poltrona preta de couro. Ao vê-la, levantou-se.
- O que Witch quer desta vez?
- Ela ordena que o senhor solte Jenniffer.
- Avise-a que esta ordem não se enquadra em meus feitos.
- Se não soltá-la, Witch iniciará uma guerra contra seu bando.
- Sério mesmo? Vamos lá, Witch. Você está em meu território, tem certeza?
- É, parece que você me reconhecesse de todos os jeitos e formas, Marcos.
- Para você ter enviado sua bruxa favorita até aqui, o assunto só poderia ser sério demais e eu tinha a certeza de que ela serviria de isca para te atrair até aqui pessoalmente. Mas admito que é uma grande surpresa ver você sozinha, sem sua guarda real, mesmo sabendo que eu a reconheceria de qualquer modo. Como te disse antes, está em meu território, irmãzinha tola.
Witch abriu um sorriso sínico ao canto dos lábios.
- Pensava que vampiros tinham o QI bem alto, mas vejo que me enganei. Seus vampiros nem notaram a presença de meus bruxos que estão utilizando a magia da lira para fazer seus vampiros caírem em um sono profundo.
- Vampiros não dormem!
- Eu sei, pensando nisto eu passei anos estudando sua espécie até que finalmente consegui criar a poção que você utilizou contra as duas garotinhas na praça. Meus bruxos infestaram este lugar com a poção e agora todo o seu reino está adormecido. Você está sozinho, Marcos.
- Tudo isso apenas por uma bruxa, Maria?
Drácula ria, tentando manter a calma. Bateu a mão esquerda na parede que estava atrás dele, esta que logo se virou mostrando assim Jenniffer que estava presa na parede e com um pano na boca para que não pudesse falar nada.
- Marcos, o que fez com ela? - Witch entrou em desespero.
- Maria, acalme-se. Ainda não lhe dei motivos grandes para ficar nervosa. Ah sim... Como pode abandonar uma criança que saiu de seu ventre, fruto de seu amor com um humano?
- Seu sujo, Marcos... Não continue!
- Como não? Você nem ao menos conseguiu manter distância da garota e a transformou em sua conselheira, a bruxa mais forte do mundo depois de você! Tudo isso para tentar aliviar o sentimento de culpa por tê-la deixado com uma bruxa-serva. Você tem amor materno pela Jenniffer e não queria permitir que alguém descobrisse, mas eu descobri! Olhar para Jenniffer me dá uma sede de sangue infinita... Ah sim, o pai dela tinha um sangue muito bom...
- Foi você, Marcos! - ela gritou, perdendo o controle. - Vampiro de sangue ruim. Não acredito que você fez isso, não quero acreditar. Por quê? O que você ganhou fazendo isto tudo?
Olhava para ele, indignada. Maria por toda sua vida admirou Marcos, até mesmo depois de terem seguido caminhos diferentes. Lágrimas começaram a cair do rosto dela, estava totalmente decepcionada. Drácula estava com um imenso sorriso no rosto, a seguir soltou Jenniffer que também chorava. Segurou ela pelo pescoço e olhou friamente para Witch.
- Você irá morrer com seu arrependimento.
Abocanhou o pescoço de Jenniffer, começando então a sugar seu sangue. Witch, ao ver a situação, entrou em pânico.
- Não! - após gritar, ela pronunciou algumas palavras que fizeram seu corpo brilhar imensamente forte, neste instante, todos os subordinados e até mesmo Drácula, desapareceram.
Era o fim da rainha das bruxas, Witch.
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Flora e Aphonso vão acampar em uma montanha muito conhecida como da lua, por, em noites de lua cheia, ela ficar totalmente iluminada. Montaram as barracas e a fogueira, após comer deitaram na grama para apreciar a lua, como faziam agora de costume desde que voltaram a se falar.
- Aqui é lindo! - comentou Flora.
- Exato. A lua é a luz natural da montanha, ela é tão clara que parece uma lâmpada acesa.
Aphonso mexia na grama, um tanto pensativo e aflito. Flora, percebendo que ele estava estranho, se preocupou.
- Aconteceu algo, Aphonso?
- Não sei, Flora. - ele ficou a encarar a lua. - Estou me sentindo estranho, como se algo ruim estivesse bem perto de acontecer.
Ela aproximou-se dele, abraçando-o então.
- Acame-se, Poncho. Não vai acontecer nada. Outra coisa, caso acontecer algo, eu te protegerei.
- Você, me proteger? - riu. - Quadrada.
- Quadrada por quê? Hunf, melhor do que ser uma criança mimada.
Riam um da cara do outro, até que seus olhos se encontraram. Aphonso inclinou para beijá-la nos lábios, mas não precisou tanto esforço, pois ela logo o beijou, subindo por cima do corpo quente dele. Após o término, ela sussurrou.
- Eu te amo.
- Me ama?
- Sim, amo-te.
Beijaram-se novamente, calorosamente. E assim aconteceu o inesperado, mas desta vez, um respeitando o outro.
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- Hyoko, você está bem?
A voz de Isack era trêmula em meio a fria chuva que caía molhando assim ele e N°3 que estava no colo do mesmo, quase inconsciente.
- Isack... Isack...
Angélica estava atrás de Isack, em desespero.
- O que houve com ela?
- Conversávamos normalmente até que de repente ela desmaiou e entrou em estado de transe.
- Isack! - Nº3 se recontorcia toda, sentindo dores profundas. - Te amo, não se esqueça disto, jamais!
- Hyoko, fique calma, irei cuidar de você, seja lá o que for eu vou te salvar.
- Não há o que fazer, é o fim... Os mestiços morrerão...
- Hyoko! - ele gritou.