Alguns dias se passaram. Já era tarde da noite e uma tempestade se iniciava. Flora estava no sofá de sua casa, chorando. Ela não conseguia aceitar a morte inexplicável de sua melhor amiga. Enxugava as lágrimas quando escutou a campainha tocar. Logo se levantou, atendendo a porta.- Aphonso?
O olhar de Aphonso era abatido, ele estava totalmente molhado e sua respiração estava tensa.
- Flora...
Ela o abraça, o mais forte que conseguiu, tentando reconfortá-lo.
- O que houve?
- É o fim, Flora.
Os olhos dela se arregalaram.
- Do que fala, Aphonso?
- O fim dos dias chegaram, agora é a grande luta final, e nesta parte, eu e todos os outros mestiços mencionados no livro, morreremos.
- Não!
Ela o apertou cada vez mais forte no abraço, não querendo imaginar como seria sua vida dali para frente sem Aphonso, já perdera sua melhor amiga, não poderia perder mais pessoas que ama, não suportaria. Ele a beijou intensamente: tinha a certeza de que aquele seria seu último beijo. As gotas de chuva caíam sobre eles, misturando-se com as lágrimas da face de ambos.
- Não quero que sofra, seja forte, Flora. A Terra precisa de você.
- Eu não vou conseguir...
- Eu sei que vai, você é uma super poderosa, esqueceu-se? Mantenha-se viva e salve quantas pessoas conseguir, eu confio em você.
- Aphonso...
- Flora! Amo-te, muito. Muito...
Soltou-se dela e saiu correndo, desaparecendo pela rua. Flora continuou em frente à sua casa, na chuva, em meio a tantas lágrimas.
