segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Sombra Na Luz - Cap. 3: A Morte de Hilda.

   Chegando a minha casa tenho uma surpresa desagradável, Sakura diz que mamãe foi para o hospital porque teve recaída de pressão e foi a vizinha que a socorreu. Ela estava indo para o hospital e fui junto dela.
   Já era quase meia-noite quando minha mãe agarrou meu braço e o de Sakura.
   - Filhas, ouçam-me pela última vez... – disse a nós com uma voz fraca.
   - Para de falar bobagens mãe, a senhora vai se recuperar. – disse Sakura.
   - Sakura... – continuou mamãe. – Tenha juízo minha filha, pelo amor de Deus, cuide de sua irmã. Osora, só faça as coisas para o bem...
   - Mamãe? – disse.
   Nada me respondeu. Mamãe faleceu ali, naquele momento.
   Sakura e eu fomos embora, abatidas e chorando. Sentia-me como um lixo, agora estava sozinha por completo. Mas Sakura... Ela se sentia culpada pela morte de mamãe, eu também acho que a culpada é ela por sempre desobedecer à mamãe e deixá-la nervosa. Naquele momento eu não queria ser igual à Sakura.
   Dia do enterro da mamãe, Sakura se arrumou e foi com os irmãos da igreja para o cemitério, eu disse que já ia logo atrás.
   Não tive coragem. Na verdade não queria acreditar que minha mãe havia falecido. Tranquei-me no quarto escuro, me encolhi no canto da parede e comecei a imaginar minha mãe chegar naquele momento gritando por eu não ter lavado a louça suja.
Imaginei também Yuy me chamando e dizendo que se arrependeu do que fez e quer reatar comigo, também imaginei Naru me pedindo desculpas e voltando a ser minha amiga. Sakura parar de ficar jogando sua vida no lixo por estes bares, Shem e Japheth pararem de ser nojentinhas e Hamu se sentir bonita. E... Barton... Não, Barton nada.
   Sem querer, me distrai olhando para a lâmpada apagada de meu quarto. Meu ódio era tanto que eu não sabia mais o que pensar ou imaginar. Concentrei-me na lâmpada. Como o tempo de vida dela é curto. Acende e apaga, acende e apaga, acende e apaga... Até o dia que ela nunca mais se acende.
   Queria que minha vida fosse rápida como a de uma lâmpada.
   De repente a lâmpada começou a piscar sozinha, eu não tirava meus olhos dela, admirada com o que estava acontecendo. A lâmpada se acendeu por completo sem ninguém ao menos apertar o interruptor, desviei meu olhar de sua direção e ela se apagou.
   Decidi guardar em segredo o que houve. Comecei a temer eu mesma.